Quem assistiu aos episódios bobos de
Teletubbies nunca iria imaginar que existe a possibilidade de conter
neles uma verdade perturbadora. O programa produzido pela BBC em
parceria com RagDoll tinha o propósito nobre de divertir o público
infantil, no entanto, Teletubbies nunca deixou de ter um aspecto
esquisito e sinistro. Na trama, seres parecidos com grandes ratazanas
gordas com antenas se comportavam de forma idiota o tempo todo, em um
lugar que parecia uma colina verdejante.
Todas as idéias bizarras assistidas nos
365 episódios sairam da cabeça de um único homem: Andrew Davenport e é
nesse ponto que a história começa a ficar interessante. Davenport é o
diretor criativo da Ragdoll e um campeão de audiência nos programas que
levam sua autoria. Ingressou nesse ramo após concluir seu curso na
Universidade de Londres. O sucesso e a fama de Andrew sempre foram
destaque da impressa da sua cidade natal, Folkestone, assim como o seu
lado negro, um lado tão obscuro que Davenport nega veementemente, talvez
porque queira esquecer.
Durante sua infância, Andrew teve
problemas na escola, sendo obrigado à estudar em um colégio que era um
tipo de escola militar nas proximidades de Folkestone que tinha a má
fama de “maltratar” seus alunos. Nesse período, Davenport
compulsoriamente se submeteu ao rigoroso “Plano de Disciplina” da colégio. Dentre os eventos desse plano estava passar um final de semana em uma base militar onde é a atual RAF Menwith Hill Station, em Harrogate.
Depois dessa viagem Andrew voltou
transtornado. Aquele menino sempre “elétrico” virou uma criança séria,
sem expressões. Sempre cabisbaixo pelos cantos, o jovem nunca tocou no
assunto abertamente. Chegou a frequentar um psiquiatra para se livrar do
trauma mas não obteve sucesso. Com o tempo o impacto dos acontecimentos
da viagem diminuiram até se anularem nas profundezas da alma de Andrew.
E ficou lá, escondido, até o dia em que Davenport decidiu colocar as
idéias no papel: era o programa do Teletubbies.
Agora, o já adulto Andrew apresentava
aos executivos da BBC, o projeto para esse programa infantil: tudo muito
bom, muito simples … ou pelo menos era o que parecia ser. Em um certo
dia, Davenport foi à uma festa com toda a equipe do programa. O diretor
exagerou um pouco na bebida e terminou em um estado deplorável. No meio
da choradeira, Andrew começou a confessar aos presentes sobre um tal
“Operação Mider”. Segundo suas palavras, durante a viagem feita com o
colégio militar aos seus 13 anos de idade, Andrew e seus colegas
terminaram submetidos à um experimento de uma Operação chamada pelos
militares de Mider. Todos foram postos em uma cúpula que “parecia feita de um plástico líquido”
e permaneceram ali enquanto uma luz fortíssima tomava toda a esfera.
Andrew revela que desmaiou, acordando em um lugar totalmente bizarro.
Nesse lugar, nada parecia fazer muito sentido, as leis da Física não
eram respeitadas e as criaturas que habitavam o local não tinham nada a
ver com qualquer animal que habitava o nosso planeta. Eram seres
parecidos com grandes ratos humanoídes, com cerca de 2 metros de altura,
vestindo uma roupa metálicas e com antenas em cima das cabeça. Na
região do abdomen desses seres havia uma display que demonstrava tudo
aquilo que eles pensavam e até mesmo o que Andrew pensava. Todos se
comportavam de maneira boba, emitindo algo parecido com risadas o tempo
todo. Pareciam crianças. Andrew e mais três de seus colegas permaneceram
nesse local, segundo sua perspectiva, por longos meses. Se comunicavam
com as criaturas por pensamento e elas materializavam tudo aquilo que
eles desejavam, quase sempre com um sorriso no rosto. Certo dia, no meio
desse ambiente incomum, Andrew e seus colegas encontraram um pilar, uma
pedra em forma cilindrica, que emitia uma luz intensa. Curioso, um dos
colegas de Andrew terminou por tocar nesse cilindro e desapareceu. Os
outros ficaram temerosos e saíram dali correndo. O pobre rapaz voltou ao
seu lar, um globo com janelas tortas que flutuava, aonde as criaturas
viviam. Porém, conta o próprio que certo dia o pilar cilindrico apareceu
ao lado da sua janela. Andrew temia tocá-lo mas uma das criaturas
transmitiu um sentimento positivo fazendo com que Andrew criasse
coragem. E ele tocou e acordou dentro da esfera da base militar no
momento exato em que aparentemente teria desaparecido. Davenport disse à
sua equipe que aquilo tinha sido real demais para ser uma ilusão. Os
seus outros colegas do experimento também tiveram a mesma visão de
Davenport. Do total de 12 crianças, apenas ele e mais três colegas foram
parar naquele lugar, os demais foram cada um para um lugar diferente.
Andrew ainda concluiu dizendo que os responsavéis falaram que haviam
obtido sucesso no acesso do “Universo do Meio”.
No dia seguinte, Andrew negou tudo que
falou para equipe. Disse que era um pensamento bobo, para não
acreditarem em nada e se calou por meses. Não se ouviu mais Andrew,
senão quando tinha que dar uma ordem.
A história era estranha demais para ser
mentira. Anos depois, estudiosos da Teoria das Cordas revelaram que
poderia existir entre dois universos paralelos um lugar em que as leis
da Física que conhecemos não se aplicariam. Acreditam eles que era um
espaço vazio, sem vida, o vacuo. Mas talvez eles estejam errados, talvez
exista algo, existam os “Universos do Meio” e talvez Andrew tenha sido
um dos primeiros humanos a visitá-lo. Talvez essas criaturas nos
visitem… o tempo todo.